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CuriMbó

Karina Machado

 

Di origine Tupinambá, “Canzone Magica del Rio delle Amazzoni”, adesso noto come Carimbó (Curi = Pau e Mbo = vuoto o annoiato), era la musica preferita tra i pescatori Marajoaras.

Attraversa insieme a loro la baia di Guajará e arriva fino alle spiagge del Salgado paraense, dove si consolida come genere musicale attraverso le influenze del drumming africano e i movimenti delle danze popolari lusitane.

Toccante per il ritmo e, per me personalmente, per essere nato ed aver percorso gli stessi cammini delle mie radici, la cadenza del Carimbó riflette la forza della “miscigenação”, origine del popolo brasiliano, in netto contrasto con la leggerezza e la femminilità della coreografia. L’inevitabile invito al movimento è simultaneo alla percezione del suono, che aiuta la riflessione.

La scelta del Carimbó come strumento poetico mi ha fatto rivisitare la terra di mio padre, mi ha avvicinato alle sue memorie, mi ha fatto sentire l’abisso dell’assenza e il peso degli anni di lontananza, attraverso sentimenti vividamente espressi nei testi e nelle poesie, che fanno della nostalgia e dei ricordi d’infanzia, della natura e della cultura della grande isola di Marajó, sempre un punto di partenza.

Mi sono appropriata dello stesso punto di partenza per recuperare le mie esperienze, tra cui la danza, facendo che il (mio) corpo si muovesse, ora per forza interiore, ora per forza esterna, nei rituali, nel ritmo, negli strumenti e nei colori che danno vita al Carimbó.

Nel registro delle azioni, dello spazio e del tempo non contestualizzabili, muovo i piedi scalzi compiendo giri intorno al mio asse, nel tempo in negativo. Con il corpo inchinato in segno di riverenza, all’ampiezza e alla libertà. A volte nascosto, a volte accentuato, sotto l’incresparsi delle gonne…

In collaborazione con

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CuriMbó

Karina Machado

 

De origem Tupinambá, o “Canto Mágico da Amazonia”, ora conhecido como Carimbó (Curi = Pau e Mbó = oco ou furado), preferência entre os pescadores Marajoaras, atravessou com eles a Baía de Guajará e foi dar em praias do Salgado paraense, consolidando-se como gênero musical após influências do batuque africano e dos movimentos das danças folclóricas lusitanas.

Tocante pela pulsação e, a mim, singularmente, por ter nascido e percorrido os mesmos caminhos de minhas raízes, o Carimbó é cadência que traduz a força da miscigenação, origem do povo brasileiro, em evidente contraste com a leveza e a feminilidade coreografadas. O inevitável convite ao movimento foi sincrônico a criação de um ruído instigador de reflexão.

A escolha do Carimbó como instrumento poético me fez revisitar a terra de meu pai, me aproximar de suas memórias e sentir o abismo da ausência, o peso dos anos de distanciamento, expresso em seus textos e poesias que fazem da saudade, das lembranças de infância, da natureza e da cultura da grande ilha de Marajó sempre um ponto de partida.

Me apropriei desse mesmo ponto de partida para rememorar as minhas experiências, inclusive com a dança, fazendo com que o (meu) corpo se movesse ora por força interna, ora por força externa: do ritual, do ritmo, dos instrumentos e das cores que dão vida ao Carimbó.

No registro da ação, de espaço e tempo não contextualizáveis, ressalto os pés descalços, os giros em torno do meu próprio eixo, na negativa do tempo, assim como o característico corpo curvado, em reverência à amplitude e à liberdade, vezes ocultas sob o acentuado franzido das saias…

Em colaboração com

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